Boas,
Objectivo conseguido, terminar a maratona, não no tempo que eu gostaria, mas pelo menos sem mazelas de maior.
Apesar de não ir mentalizado para sofrer como fui na primeira maratona que fiz, ia disposto a “arriscar”, ou seja, dentro do que o corpo permitisse, tentaria correr de forma a fazer o melhor tempo possível (do qual não fazia a mínima ideia, uma vez que no último mês os treinos de corrida foram muito poucos e sempre com limitações. Assim decidi fazer a primeira parte da corrida sem ultrapassar as 140-145pulsações por minuto e na segunda parte se achasse que ia bem, subir o nível de esforço para 150ppm. Assim pensei e assim o fiz, após 4-5km iniciais a 135ppm, lá subi para as 140-145ppm o que deu um ritmo mais ou menos constante de 5´05´´- 5´10´´por cada km. Ao passar os 20km vi que sem ter aumentado o ritmo da passada, o coração ia nas 150ppm, mas estava a sentir-me bem e deixei-me ir. Dos 20km aos 30km tudo bem, com o normal cansaço no corpo todo (a maratona não puxa só pelas pernas… braços, ombros, lombares, abdominais, tudo sofre…) mas sem grandes sinais de fadiga. O muro dos 30km passou sem problemas para mim, não para outros que caminhavam com ar desalentado, à medida que ia passando por eles e pensando que estavam a pagar a factura de não terem doseado bem o esforço. Cheguei aos 35km, o outro extremo do muro e achei que a coisa estava feita, que ia acabar bem e que tinha feito uma boa gestão do tempo (após passar â meia maratona em 1h51´ os cálculos mentais diziam-me que terminaria em 3h40´, que não sendo a marca que eu gostava de fazer, não era nada mau, para o treino que tinha feito. Pois é, meus amigos, só que ontem aprendi uma coisa nova, não são só os carros que ficam sem gasolina… aos 39km tive de parar, não porque estivesse a sofrer, inclusive o ritmo cardíaco ia estável a 148ppm, mas simplesmente porque não dava mais (duas lições, na maratona há tanto de físico como de mental e nesta prova tudo se decide nos últimos 7km; não me venham com a treta do muro dos 30km, a partir dos 35km é a doer e quem tem pernas é que anda) e os últimos 3km foram feitos a andar, OK, talvez tenha corrido uns 600-700m intervalados e porque na meta estava a minha mulher e meu filho (que por sinal, dizia a mãe que o pai devia estar noutra prova, porque nunca mais chegava!).
No entanto, fiquei bastante contente, uma vez que senti que “arrisquei” e quase consegui fazer uma maratona como creio que deve ser (sempre no limite do aeróbio) e apesar dos 3km de banho de humildade, onde fui passado por muitos dos que caminhavam aos 30km, senti que apesar das dores acabei “inteiro” e pelo menos fez-me recordar que falar é fácil, fazer é mais difícil e uma maratona serão sempre muito mais do que 42km, há que estar preparado para sofrer se se quiser ser competitivo (mesmo quando a competição é essencialmente contra nós próprios).
Algumas conclusões para o futuro, faltou-me treinos longos, corridas de 2 horas ou mais, apesar de fazer treinos longos de bicicleta, nada substitui a habituação ao esforço mecânico da corrida. Outra questão tem a ver com esta história do aeróbio e anaeróbio, as 150ppm, deveriam ser para mim um esforço essencialmente aeróbio em que grande parte da energia deveria vir do metabolismo das gorduras, mas apesar de ter feito 5 refeições de massas nos último 3 dias, creio que fiquei sem glicogénio aos 39km e isto apesar de ter tomado aos 20km e aos 30km um “gel energético” que normalmente utilizo nos treinos mais longos. Assim em situações futuras, será melhor começar com os “geles” mais cedo e encurtar a frequência de tomas. Há também a questão da hidratação que é essencial, principalmente com o calor que se fazia sentir, que julgo ter feito bem, uma vez que fui bebendo um pouco de água em todos os abastecimentos (a cada 2,5km), mas no final a quantidade de água que normalmente consigo beber, sem me dar problemas na corrida era claramente insuficiente.
Por último, gostei da organização, o percurso era espectacular (pena os troços de paralelo) e aconselho todos a vir conhecer o Porto desta forma!
Aqui ficam também os treinos desta última semana.
SEMANA 13
2ª programado
realizado 40´btt sensações: boas 40´
3ª programado
realizado 25´c.suave + 6x100m + 6 x 500 p: 60´´+ 10´c. suave 50´
4ª programado
realizado 50´natação 50´
5ª programado
realizado 40´c. suave + alongamentos sensações: boas 40´
6ª programado
realizado 60´ciclismo 60´
sab programado
realizado
dom Programado MARATONA DO PORTO: 3h52´
realizado 232´
TEMPO TOTAL DA SEMANA 472´