Fim de semana de alegrias desportivas, no sábado o meu filho teve a primeira competição no Judo, onde mais importante que o resultado foi a atitude que teve, sempre atento aos combates dos colegas e dando o melhor que tinha, nos “seus”.
Hoje, dezasseis anos e muitos kilos depois… uma vitória numa corrida, não foi na geral, mas no escalão… e logo num escalão especial… o dos 90kg aos 99kg! Pela primeira vez em Portugal, realizou-se uma corrida em que o principal objectivo é ter a participação de pessoas que normalmente não praticam este desporto, na maioria dos casos por terem “peso a mais”, assim os escalões foram feitos por classes de peso, com intervalos de 10kg, terminando nos <100kg (ganho pelo meu amigo e colega de fadigas do tempo do bairro da Sacor, José Sousa).
Quanto à prova, esteve bem organizada, mas com um percurso, na minha opinião demasiado duro, muitas subidas e descidas (isto tendo em conta, que o principal objectivo, tal como disse o António Campos da Xistarca, era trazer novos “atletas” para as corridas) e que deveria ser de 6km (menos para uns, mais para outros, como no meu caso, devido a má sinalização de uma parte do percurso que levou alguns atletas a percorrerem mais 400m, após comparação das distâncias percorridas no meu Garmin com o de outro atleta). Desde a partida fui controlando os “adversários” e o ritmo, mas as subidas e a contractura no gémeo esquerdo que me apareceu aos 4km, fizeram com que os últimos 2km fossem feitos calmamente, tentando evitar “males maiores”, sendo passado por alguns atletas, mas nenhum do meu peso! :-)
Após alguma demora foi feita a entrega dos prémios, com a particularidade (que pôs muita gente a rir) de que, quando chamados ao pódio, os atletas eram pesados e o seu peso anunciado ao público… Por curiosidade, tanto eu como o 2º classificado no nosso escalão, acusámos o mesmo peso: 93,4Kg!
De regresso, almoço em casa dos meus pais, para ouvir o relato do meu irmão sobre a sua participação na milha de Sacavém (prova que me traz muitas recordações e na qual espero participar no próximo ano).
Vencedores dos escalões 90-99kg e > 100kg (formosos e atléticos :-))
Semana tranquila, recuperando das mazelas… Apesar de ter andado meio abananado os primeiros dias, acabo a semana com boas sensações. Terça feira foi o pior dia, cheguei mesmo a pensar que ia ficar de cama, mas o anti inflamatório que comecei a tomar aguentou-me e lá consegui chegar a hoje sem amigdalites nem resfriados. A parte articular está porreira, as bolhas nos pés já não me incomodam e apenas a parte superior dos quadricipedes apresenta algumas moléstias.
Há aproximadamente um ano, depois de finalizar o Ironcat (objectivo a que me tinha proposto cerca de dois anos antes) disse que correr 100km era mais difícil do que fazer um Ironman e que eu nunca na vida iria fazer tal “loucura”, mas a verdade é que durante o tempo que se seguiu, transformei essa ideia no objectivo desportivo do ano de 2009, sempre com achando que se conseguisse estar na partida, tudo seria possível… Foi assim que nestes últimos três meses fui treinando (sempre menos do que o considerado ideal, mas adaptando o treino, nomeadamente com a inclusão de um treino longo ao fim de semana, maior do que alguma vez tinha feito) 50 a 60 km/semana de corrida complementados com alguns treinos de BTT.
Ontem pelas 11horas da manhã, com a saída acabei por fazer o mais difícil (estar na partida), a partir daí era ver no que dava… Para começar o principal adversário foi… o calor, dos 21ºC previstos, cedo se viu que iria ser um dia de 27ºC-28ºC, por isso comecei com calma tentando não passar das 130ppm. Com esta táctica cheguei aos 30km com 2h53´ e iniciei a primeira das longas subidas, caminhando até aos 35km, quando cheguei ao posto de abastecimento, ia bastante esgotado (inclusive com dor de burro e tinha passado os últimos 5km a andar!) hidratei-me o melhor que pude e pelo sim pelo não tomei 400mg de ibuprofeno. A partir de aqui foi caminhar nas subidas e trotar nas rectas e descidas, bebendo tudo o que apanhava pela frente. Aos 65km, outra aflição, o abastecimento esperado demorava em aparecer, de tal forma que comecei a ver a coisa mal parada, pedindo água por duas vezes a companheiros de fadiga, um dos quais português que corria pela Açoreana. Menos mal que em Setenil a minha mulher e o meu filho estavam numa esplanada (que me entregaram uma luz frontal para a noite, comprada já durante o decorrer da prova!...) e lá emborquei um Icetea e uma garrafa de água, o que me permitiu chegar já quase recomposto ao tão esperado posto de abastecimento, onde tomei mais 400mg de ibuprofeno e iniciar mais uma dura subida, à qual se seguiu uma mais dura descida e onde tive o primeiro susto, uma caimbra na perna direita, que fez com que a maior parte da descida fosse feita também a andar em vez de a correr!
Apesar do desgaste e da fadiga acabei por chegar ao km77, ao quartel da legião, onde para alem do abastecimento, tinha uma mochila com roupa para enfrentar o frio da noite, no entanto ao olhar para o cronometro, verifiquei que ainda ia dentro das 8horas de prova, pelo que disse a mim mesmo que 25km seriam no máximo 2h – 2h30´ (grande erro!..) pelo que nem fui à procura da mochila, bebi uma coca-cola, comi uma banana e “ala que se faz tarde” atacando outra subida duríssima, à qual se seguiu mais uma descida que foi feita a muito custo tal era a inclinação.
Quando parecia que o mais difícil estava feito, cheguei ao km 90 e de repente caimbras em ambas as pernas e pânico… parei, alonguei, caminhei… parei, alonguei, caminhei… e assim sucessivamente até ao abastecimento do km 95, onde para além de bananas pedi na ambulância mais 600mg de ibuprofeno (as moças só me queriam dar um comprimido, mas lá as convenci a darem-me mais meio comprimido :)) e preparei-me mentalmente para trotar os 3km que antecediam a ultima subida de apenas 1km, mas de muita inclinação.
Quando finalmente cheguei lá acima e me preparava para correr o último km, fracturei o dedo do pé!... não, afinal foi apenas uma bolha que rebentou, mas garanto-vos que a sensação que me deu foi a de que se tinha partido o dedo! Depois de dizer a mim mesmo que agora já não havia dor que me impedisse de chegar, começo um sprint para a meta ao qual o meu filho se juntou (com bastante facilidade…) e passámos a meta juntos.
Depois de terminar houve tempo para comer um prato de macarrão e uma coca-cola, oferecidos pela organização, ir à tenda dos “podologos” cuidar dos pés (as bolhas são até esta hora a minha principal mazela) e depois à tenda dos fisioterapeutas levar uma massagem (onde o professor que orientava os estudantes que davam apoio aos atletas, se ocupou de mim pessoalmente e confirmou o que eu já suspeitava: “eres um tio muy fuerte” (leia-se, gordo) e “el tuyo tiene duplo mérito” (leia-se, dedica-te a outra coisa).
Bem, para terminar agradecer à minha família pelo apoio que me deu, sem a Elsa de certeza que não podia escrever esta crónica e dizer que apesar de não ter vontade de repetir, foi uma experiência interessante e permitiu verificar que os nossos limites estão mais para além do que nós imaginamos.
Aconselho a todos os que tiverem vontade de experimentar, que esta prova não é apenas uma ultra maratona, é também uma prova de montanha (penso que se pode considerar assim), mais do que capacidade para correr, há que ter uma grande resistência muscular (o que infelizmente não é o meu caso).
Quanto à classificação, 30º na categoria Marcha Civil VET com o tempo de 12h14´10´´.
Amanhã parto em direcção a Ronda, onde sábado farei a minha estreia em ultramaratonas. Depois de uma preparação tranquila as duas últimas semanas não foram as ideais (mas comigo nunca são…) e a contractura do último sábado não foi suficiente para me tirar moral, fez-me no entanto perceber que o mais importante é chegar ao fim nem que tenha de ir toda a prova a andar (ao fim ao cabo vou participar na prova como marchador), para que no fim possa dizer… prueba superada!
A todos os que me apoiaram e desejam sorte o meu obrigado.
Para o Mouse e para o Bri a melhor das sortes.
Termino com o espírito dos gladiadores quando entravam na arena:” Salve César! Aqueles que estão prestes a morrer saúdam-te!”
Semana complicada, depois de quatro dias sem correr, na quinta feira tive más sensações na corrida que fiz, no entanto na sexta andei durante 5h15´ de saco às costa pelas encostas do campo de golfe de Amarante terminando com um trote de 15´ sempre sem esforço e sentindo que estava a fazer um bom treino de adaptação a esforços prolongados.
Ontem fiz um treino de 90´de corrida em Estremoz que acabou com contractura (faltavam 5´para terminar!...) se calhar por levar umas sapatilhas emprestadas… ou por não ter ido à massagem esta semana… ou se calhar porque estou todo roto e não dou conta… O problema é que se foi embora toda a confiança que tinha em relação à prova, por que mesmo que até sábado deixe de sentir a moínha no gémeo de certeza que irei toda a corrida, marcha, caminhada, rastejamento!... a pensar nisto. Bom mas vamos ter Fé (isto é a minha costela Benfiquista a falar). Hoje ainda experimentei correr, mas ao fim de 5´as dores já se faziam sentir de tal forma que voltei a casa e fiz 50´de BTT para justificar o banho.
Aqui fica o resumo do treino numa semana que deveria de ter sido de “alguma carga”.
Aqui fica uma reportagem sobre a prova do ano passado, onde Portugal foi representado entre outros atletas, pelo melhor ultramaratonista de Vale Moinhos – o Mouse, com um tempo de 10h 22´(melhor tempo entre os Tugas presentes).
Depois de 4 dias de completa inactividade desportiva (não de descanso) devido a vários factores dos quais destaco o calor que se fez sentir e uma preguicite aguda, voltei hoje a correr… 45´lentos, até porque queria fazer pelo menos uma hora… com muito más sensações, as pernas pareciam chumbo! Amanhã vou fazer treino específico, 18 buracos a pé… no campo de golfe de Amarante (para quem não conhece, trata-se de um dos campos em Portugal, com relevo mais íngreme), o que dará para aí umas 4 horitas com o saco às costas, a subir e a descer!
Sábado e domingo tentarei fazer um treino longo de corrida e algo de BTT em Estremoz, depois… Tapering*!
*Tapering, in the context of sports, refers to the practice of reducing, or tapering off, exercise in the days just before an important competition.[1] Tapering is customary in many endurance sports, such as the marathon, athletics and swimming. For many athletes, a significant period of tapering is essential for optimal performance. The tapering period frequently lasts as much as a week or more.
Resumo de uma semana de recuperação, uma vez que a anterior me deixou … de rastos! Assim depois de ter descansado na segunda feira, na terça corri devagar 45´no Algarve com tão más sensações que na quarta, nem me chateou não ter tido tempo para treinar. Quinta feira tentei iniciar o meu ciclo de dureza, mas sempre com muito cansaço. Nos três dias de fim de semana, entre calor e 3 festas de anos, acabei por não fazer metade do que tinha previsto, hoje então, nada…